Dirigentes
sindicais ligados à central Conlutas, que acompanham as recentes
mobilizações de operários de Belo Monte, denunciaram a prisão arbitrária
de um trabalhador na madrugada desta quarta, 10, ao Ministério Público
do Trabalho, ao Ministério do Trabalho e Emprego e ao Tribunal Superior
do Trabalho. De acordo com a denúncia, o homem, conhecido como “Belém”,
foi retirado de um dos alojamentos do canteiro de obras Belo Monte pela
Polícia Militar sem qualquer ordem de prisão, e não foi visto desde
então. Outros dois trabalhadores também teriam sido detidos, mas não ha
confirmação do fato.
As
mobilizações por melhores condições de trabalho e pagamento de vários
direitos trabalhistas começaram no final da ultima semana e atingiram
os canteiros de Pimental e Canais e Diques. No sábado, a Força Nacional
de Segurança chegou a deter dois sindicalistas com um mandado
proibitório inválido, emitido pela Justiça contra o Movimento Xingu Vivo
em março. De
acordo com denúncia feita posteriormente ao Ministério Público Federal,
a Força Nacional usou armas tanto para repreender quanto para demitir
trabalhadores do canteiro de Pimental. Segundo os sindicalistas, já
foram demitidos mais de 600 trabalhadores.
Nesta
quarta-feira, 10, os agentes de repressão voltaram a agir e cercaram o
canteiro de Belo Monte para impedir a saída de cerca de 400 homens,
relatam trabalhadores. Por volta das 15 horas, a Defensoria Pública
conseguiu negociar com a empresa e a Força Nacional de Segurança a saída
destes operários, que serão escoltados pela defensora Andreia Barreto
até Altamira, uma vez que não se sentem seguros em permanecer nos
alojamentos. Os trabalhadores reivindicam a apresentação imediata do
trabalhador “Belém”, além de uma reunião com o representante do governo
federal responsável por Belo Monte, Avelino Ganzer, para negociar a
pauta de reivindicação.
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